quinta-feira, 8 de maio de 2008

Palavras, palavras, palavras

Adoro palavras.
Adoro palavras lidas em voz alta pra ouvir o som e passar a poesia.
Odeio voçê, agente, embreagado e musica baiana, não necessariamente nesta ordem...
Odeio presunção estilística e escrita rebuscada, muito embora ache mesóclise tão lindo quanto um por-de-sol visto de um avião ou o sorriso de uma de minhas filhas...
Amo ouvir vrido, prástico, apoi e ruma.
Adoro o som das coisas da minha terra como pitoco e tabacudo.
Odeio dicionários de pernabuquês, cearês, baianês e pqpês.
Adoro etimologia e ficar viajando que o povo fala "muitcho" por influência do espanhol.
Adoro escrita certinha, sem erros crassos, com parágrafos e muitos ponto-e-virgulas e crases.
Odeio "tão simples quanto", "bojo", "gancho" e todas as palavras da moda corporativa.
Adoro não saber usar por que e por quê - odeio mentir que adoro só por preguiça de não estudar pra entender...
Adoro Kafka, Saramago, Quintana, Bandeira e Antônio Maria por causa de um conto que li em pé na falecida Síntese e que nunca mais consegui achar de novo (quem tiver aquele que ele fala de uma mulher que vem do outro lado da calçada, pelo amor de Deus me mande!).
Odeio Coelho, Coelho, Lia Luft na Veja fazendo propaganda do novo livro dela e Coelho (todos o Paulo, porque o bichinho acho uma graça e uma delícia na brasa).
Adoro ter filha professora e amigas jornalistas e muito escrever muito.
Adoro ser lido, relido e comentado (isto é uma cantada, pra que não reste nenhuma dúvida!).

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