sexta-feira, 17 de julho de 2009

Começando bem...

Mantendo minha palavra, escrevo.

Mas a cabeça dói, tanta coisa, tanta coisa nela....

Pensando bem, escrever ajuda.

Missão cumprida!

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Na lida

Raimundo Carrero diz que deve-se escrever todo dia. Ele faz isso. Funciona. Com ele, ao menos. Mas, como duvidar sempre é bom, eis-me aqui novamente.

Penso que escrever realmente pode e deve fazer parte do cotidiano, algo como beber água ou olhar pessoas na rua. Mas, diferentemente destas outras coisas, existe um objetivo a ser alcançado nessa prática: o refinamento de idéias, a perda da vergonha, a busca pela identificação estilística, e principalmente, aprender uma maneira de estrutrar os pensamentos e descobrir a melhor forma de torná-los parte do mundo dos outros.

Não sou teórico a respeito e pra falar a verdade, muito pouco sei sobre qualquer técnica ou recurso literário. Nunca li um manual sequer, minha gramática é restrita à logica e baseada no que li (menos do que deveria, é fato) até esse ponto da vida. Mas, acho que dá pro gasto - pelo menos pra onde me encontro e considerando proporcionalmente o enorme alcance de tudo que escrevo hoje, limitado...

Escrever é acreditar no pensamento. Mais do que acreditar nas próprias idéias para si mesmo e fomentar as mudanças e atitudes com relação ao mundo, o registro dessas idéias num papel ou num ambiente virtual é um desafio tremendo, par mim. É despir-me de traumas, de medos e assumir posturas que podem ser lidas repetidas vezes e questionadas desde a colocação das vírgulas ao conteúdo efetivo proposto. É dar uma foto da cara à tapa.

Descobrem-se limitações, repetições, âncoras, palavras amigas que acompanham a gente tal como cão de rua ao mínimo agrado... Vê-se a necessidade de ler mais, de falar mais, de expôr mais. A busca do conteúdo fica mais patente. E, grande surpresa, constata-se que já TEM-SE um conteúdo. E assim vai por terra (ou ao menos dá-se um bom knockdown) mais uma insegurança.

Detesto rotinas, coisas repetitivas e principalmente imposição. Mas como Seu Carrero disse e eu sendo como sou, tomeisticamente voltarei por aqui amanhã.


domingo, 12 de julho de 2009

Volver a los 17....

Não importa: 20, 38, 56... Qualquer que seja sua idade cronológica, quando se está apaixonado (ou em vias de) tem-se a mais viva e deliciosa sensação de que se entrou numa máquina do tempo, nos levando diretamente para aquela fase da vida onde nem somos maduros o suficiente para admitirmos que ainda somos crianças nem novos o bastante para podermos usar como desculpa não termos noção que ser gente grande exige muito mais do que a gente pode dar conta naquele momento.

E é uma máquina diferente, que funciona de dentro pra fora, vira do avesso, nasce nas entranhas. E tome beijinho, recadinho, olharzinho perdido e lânguido pra o ser amado. E como é bom!

Como aprendi, dito por Moska numa música, é o salto feliz de novo precipício. É, por um instante difícil de ser medido mas naturalmente fugaz (que pode durar uma vida...), jogar fora um pouco da razão, assumir que se tem medo e que se gosta mesmo assim, feito ver filme de suspense. Estar apaixonado é um tipo de "Sexta-feira 13" onde somos o herói, a moça que grita por socorro e Jason, tudo ao mesmo tempo: risco deliciosamente mal calculado. Algo como cair no meio da pororoca com bóia de patinho...

A gente se esquece um pouco da finitude de nós mesmos. De repente, não somos mais tão mortais. Algo que vive em mim e nela pode durar pra sempre! E como essa criatura (a Paixão) depende do seu criador (eu mesmo) para viver, me eternizo, nos eternizamos.

Há sim, o fantasma da impermanência, um certo ar de deja vu, um gosto gostoso familiar com leves notas de lembrança de fel.... Paciência. Tem que ser como o que nos faz todo dias comer pelo prazer do degustar e de trazer para dentro o que precisamos para nos dar energia e vida.

O trem amnético, que nos pega na estação do momento e nos leva para onde sabemos que precisamos ir, mas onde que é mesmo?

Na vida, vivemos muitas coisas. Mas poucas, nenhuma outra, talvez, tenha essa capacidade de se reinventar e nos trazer para o lugar de onde partimos e passamos a vida toda tentando voltar: nós mesmos. Nos vemos no outro, mellhorarmos à vista dele e por causa dele também.

E, o melhor de tudo, é que podemos, desafiando a existência e o próprio Criador, renascermos.

Todos podem. Eu também.