Penso que escrever realmente pode e deve fazer parte do cotidiano, algo como beber água ou olhar pessoas na rua. Mas, diferentemente destas outras coisas, existe um objetivo a ser alcançado nessa prática: o refinamento de idéias, a perda da vergonha, a busca pela identificação estilística, e principalmente, aprender uma maneira de estrutrar os pensamentos e descobrir a melhor forma de torná-los parte do mundo dos outros.
Não sou teórico a respeito e pra falar a verdade, muito pouco sei sobre qualquer técnica ou recurso literário. Nunca li um manual sequer, minha gramática é restrita à logica e baseada no que li (menos do que deveria, é fato) até esse ponto da vida. Mas, acho que dá pro gasto - pelo menos pra onde me encontro e considerando proporcionalmente o enorme alcance de tudo que escrevo hoje, limitado...
Escrever é acreditar no pensamento. Mais do que acreditar nas próprias idéias para si mesmo e fomentar as mudanças e atitudes com relação ao mundo, o registro dessas idéias num papel ou num ambiente virtual é um desafio tremendo, par mim. É despir-me de traumas, de medos e assumir posturas que podem ser lidas repetidas vezes e questionadas desde a colocação das vírgulas ao conteúdo efetivo proposto. É dar uma foto da cara à tapa.
Descobrem-se limitações, repetições, âncoras, palavras amigas que acompanham a gente tal como cão de rua ao mínimo agrado... Vê-se a necessidade de ler mais, de falar mais, de expôr mais. A busca do conteúdo fica mais patente. E, grande surpresa, constata-se que já TEM-SE um conteúdo. E assim vai por terra (ou ao menos dá-se um bom knockdown) mais uma insegurança.
Detesto rotinas, coisas repetitivas e principalmente imposição. Mas como Seu Carrero disse e eu sendo como sou, tomeisticamente voltarei por aqui amanhã.
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