sexta-feira, 1 de agosto de 2008

O Plano...

Ontem fui a uma loja dessas onde vendem acessórios para celulares, pois eu estava realmente precisando trocar o fone de ouvido do meu. Sou atendido por uma moça muito simpática, novinha.
Ela me vende por um preço até legal.

- É Nokia original, benção!

Finda a venda, pergunta se eu aceito um papel "com a palavra de Jesus". Crente. Pra ser simpático aviso que minha mãe e meu irmão são presbiterianos. E vou logo dizendo que "sou meio banda voou" - pois pensei que vai que dissesse que era budista, corria o risco de sei lá, um exorcismo, nunca se sabe...
Mas ela, muito crente, me diz:

- Benção, mas tenha certeza que Jesus tem um plano para você.

Saí pensando nisso. Andando e pensando. Pô, plano pra mim? Será que eu poderia ao menos ter o direito de saber qual seria este bendito plano? Ironias à parte, não me agrada nem um pouco a possibilidade de que todos os meus passos, minhas falas, tudo enfim esteja seguindo um roteiro. Não que a esta altura da minha vida eu não me divirta bastante com as enormes "coincidências" que tem acontecido - principalmente no presente momento e passado recente - e que não me furte de pensar que parecem coisas realmente orquestradas...

Uma pausa: na sequência, andei ainda feito um condenado por vários lugares em busca de um controle remoto novo para o alarme do carro, que encontrei numa loja na qual uma pessoa vira pra mim e pergunta: você é Marcilio, né? Ainda toca? E calha de ser exatamente o irmão de uma pessoa maravilhosa e com a qual tive o enorme prazer e privilégio de conviver, deixando um rastro de coisas muito boas em mim. Há tempos venho tentando localizá-la, pois os caminhos e as circunstâncias da vida levaram-na pra bem longe - e eu nem sabia o quanto, geograficamente. Ou seja: mais passado, mais coincidências.

Voltando ao tal "plano", agora nas minhas divagações noturnas, mesmo com todas as pessoas-bumerangues, histórias-bumerangues, continuo relutante à aceitação da idéia de algo pré-determinado que norteie as vidas das gentes. Essa coisa determinística não me agrada o juízo. Tudo bem, confesso que às vezes me vejo meio entre estes dois mundos (o real e outro de dimensões paralelas e quase surreais), mas acho que no final de tudo, essa coisa toda acaba sendo uma só. Facetas de um diamante: mudam o ver, mas o sentir-essência permanece rigorosamente o mesmo.

Mas agora me bateu: e se o fato de estar escrevendo exatamente neste momento sobre a negação do Destino não estaria eu exatamente corroborando sua existência?

Bem, na dúvida, vou salvar o post, fazer pipoca e ver Carl Segan falando em "Cosmos" (que por sinal, quem quiser comprar o pacote de DVDs ou baixar mesmo, recomendo muito fortemente. Mesmo para os que não são aficcionados por Astronomia. Além de um texto poético, a fotografia - no que meus olhos de leigo permitem captar, claro - é massa e a sua visão de que todos não passamos de "poeira cósmica" - o que em última instância é a mais absoluta verdade - nos remetendo à necessidade de enxergamos tudo no universo como parte de nós mesmos e vice-versa já vale o tempo dispendido para devorar os 13 episódios de 1 hora e pouco cada).

Quem sabe assim, eu não surpreendo o Destino fazendo isso? Afinal de contas, toda minha vida me empenhei em dar sustos nele mesmo...

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