segunda-feira, 4 de agosto de 2008

E mais palavras...

Desta vez, socorrem-me os Titãs.
Bem apropriado, pensando bem. À altura da tarefa.
As coisas que falam por si teimam em ser ditas, não há escapatória. Sentimentos virarem palavras definitivamente não é um processo fácil, muito menos indolor.
Mas as coisas pulsam, e seu pulsar condiciona-se à necessidade de dar-se vazão às mesmas.
E para isto, apenas palavras.
Bem entendidas ou não. Bem aceitas, quem sabe.
Mas necessárias, como são todas as coisas que realmente importam. Ou mais até: imprescindíveis.


Palavras

Palavras não são más
Palavras não são quentes
Palavras são iguais
Sendo diferentes

Palavras não são frias
Palavras não são boas
Os números pra os dias
E os nomes pra as pessoas

Palavra eu preciso
Preciso com urgência
Palavras que se usem
em caso de emergência

Dizer o que se sente
Cumprir uma sentença
Palavras que se diz
Se diz e não se pensa

Palavras não têm cor
Palavras não têm culpa
Palavras de amor
Pra pedir desculpas

Palavras doentias
Páginas rasgadas
Palavras não se curam
Certas ou erradas

Palavras são sombras
As sombras viram jogos
Palavras pra brincar
Brinquedos quebram logo

Palavras pra esquecer
Versos que repito
Palavras pra dizer
De novo o que foi dito

Todas as folhas em branco
Todos os livros fechados
Tudo com todas as letras
Nada de novo debaixo do sol

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