Duas semanas em São Paulo (com direito a dois finais de semana inteiros) mexem com qualquer um. O burburinho da cidade, as cores maravilhosas, a pulsação, a clara idéia de que a cidade realmente tem vida própria...
Amo esta cidade. Sua solidão consentida, suas ladeiras, seus escuros e ermos permitidos e abertos ao libidinoso.
Ontem fui jantar em mais um desses lugares onde tem-se a certeza que só poderia estar-se em Sampa: Acrópolis.
O proprietário do lugar (que já existe há mais de 50 anos), é um "senhorzinho bonitinho", como diria uma querida amiga, que serve a todos pessoalmente, com um carinho inacreditável para um lugar que funciona todos os dias, inclusive aos domingos...
O restaurante já nos pega pelo inusitado: não tem cardápio. Você vai até a cozinha e escolhe no olho o que quer. Mas uma coisa é certa: ir até lá e não experimentar a musaka (uma espécie de lazanha com queijo gratinado, berinjela e algo mais que esqueço agora) é simplesmente inescusável. Musaka é a versão definitiva de (excelente) sexo em forma de comida. Simplesmente divino.
O lugar tem um charme todo especial pela simplicidade, mas o dono, sr. Petrakis, é algo à parte.
Jeito de vô que viu o mundo todo e passa o filme dos melhores momentos ininterruptamente em suas íris pra gente assistir embevecido, de fala fácil muito embora difícil de entender seu português, o polegar discretamente colocado sobre o pão para ter certeza de que o mesmo está quente, o jeito de servir quase de um pai sentado à mesa e dividindo a comida entre os filhos respeitosos e famintos.
E como esse mundo mundo vasto mundo não poderia deixar de reservar mais uma de suas sobejas ironias, ele é casado com uma pernambucana. Epa!!!!
sábado, 23 de agosto de 2008
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